Comentários do episódio 4×02 – Confirmed Dead

No momento em que escrevi este comentário, ainda não havia lido opiniões de outros fãs da série sobre Confirmed Dead, mas tenho quase certeza que alguns devam classificá-lo como um legítimo filler, aqueles episódios que cumprem apenas o papel de preencher lacunas que posteriormente farão sentido. Bem, por esses (que espero serem poucos) só posso lamentar, porque a verdade é que o segundo episódio desta quarta temporada conseguiu de forma absolutamente brilhante não apenas introduzir 4 novos personagens de uma tacada só (revelando-nos históricos individuais bastante curiosos), como também dar continuidade à cada vez mais deliciosa e complexa trama que lança nossa curiosidade e interesse pela série nas alturas.

Miles, Charlotte, Daniel e Frank, os novos rostos da série

Confirmed Dead é na minha sempre humilde opinião, mais uma prova irrefutável do alto nível de qualidade e planejamento que envolve a série. Elogiar o trabalho da dupla de roteiristas Drew Goddard e Brian K. Vaughan aqui é moleza, afinal além de sintetizarem um ótimo desenvolvimento para a trama, os caras ainda encontraram tempo para fazer uma pequena ‘homenagem’ àqueles fãs mais apressados que vivem criticando a série por não dar respostas e isso ficou evidente no momento em que Locke pergunta a Ben o que é o Monstro. E teve de tudo um pouco nesse episódio. A chocante descoberta através do flashback do físico Daniel Faraday do que seriam os destroços do vôo Oceanic 815 no fundo do mar próximo à Fossa de Sunda, citando inclusive o barco Christiane I visto no ARG Find 815 como autor da descoberta; um personagem (Miles) que aparentemente possui o dom sobrenatural de conversar com mortos (ou seria puro charlatanismo dele?), uma arqueóloga que encontrou o que pode ser restos de uma estação de pesquisa clone da Hydra com direito a ossada de urso polar em pleno deserto africano(!); e claro, o ponto que parece trazer grandes certezas sobre um dos maiores mistérios que envolvem a queda do vôo 815, a introdução de Frank Lapidus, simplesmente o cara que seria o piloto daquele vôo e que ao por em cheque a veracidade sobre a descoberta dos destroços do avião no fundo do Oceano Índico, reforça a idéia de que existe de fato uma grande conspiração por trás do ‘acidente’.

Mas se os fatos parecem indicar mesmo uma conspiração, ainda assim é bom deixar bem claro que a trama não deve se restringir a isso e eu não descartaria a hipótese de que um tempo/espaço alternativo também coexista na explicação do grande mistério que envolve a série. A essa altura, parece-me bastante plausível assumir que vejamos os dois elementos caminhando lado a lado no desenrolar da trama e a julgar pela revelação de que Ben Linus é o principal alvo da chegada desses novos personagens na Ilha é fato que ainda precisaremos de novas peças para compreender a movimentação do tabuleiro. Seja lá o que se desenvolva a partir daí, devo dizer que fiquei bastante intrigado com a nova aparição de Mathew Abbadon através do flashback de Naomi. Igualmente enigmático como fora no episódio anterior quando visitara Hurley na clínica mandando um “eles ainda estão vivos, não é?” para o dude, Abbadon deixou no ar a idéia de que todos que estivessem na Ilha deveriam realmente estar mortos ou serem mortos, escondendo no entando os motivos para tal. E aqui, confesso que ainda não tenho uma percepção clara sobre o que ele representa de fato nesse cenário, no entanto é impossível negar que o personagem deu ao público o mesmo sentimento que dividiu os losties entre os que acreditam no resgate (grupo de Jack) e aqueles que preferem colocá-lo sob suspeição (os que seguiram com Locke), a dúvida, algo que como sabemos move as ações e transforma esse divertido jogo em algo totalmente irresistível de se acompanhar.

É óbvio que existem muitos outros pontos de absoluta relevância no episódio e para citar apenas alguns que deixo para vocês comentarem, fico com Ben Linus mais uma vez usado de seus joguinhos manipuladores, a estranha reação de Faraday ao ver o noticiário sobre os destroços do vôo 815, a foto do jovem negro (que parecia o Eko quando criança) mostrada durante a visita de Miles àquela casa, e as evidências de que a Dharma parecia atuar em outros locais igualmente inóspitos do planeta. Tem mais? Claro, mas isso fica para o dudecast 😉

Por Davi Garcia

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25 COMENTÁRIOS

  1. E’ de gente otimista assim que nós precisamos para nos mantermos crentes em Lost… Sem esse pessoal da internet, como o Davi Garcia, nos estimulando, cavando informacoes e nos fazendo acreditar que vale a pena, muitos de nós já teria desistido há muito tempo de Lost e sua falta de respostas…

    Valeu mesmo pelo excelente trabalho, David…

    [ ] Rubens

  2. É verdade, vcs fazem um brilhante trabalho! É a primeira vez q comento aqui, mas nao a primeira vez que visito o blog. visito desde a 2ª temporada.
    E vcs têm sempre a msm opinião que eu tenho, são os mais atualizados, os mais fanáticos pela série( chego a essa conclusão depois de ver que a madrugada nao os atrapalha a fazer o comentario sobre o epsodio). Adimiro mt vcs, pois são a imagem q eu tenho de verdadeiros fãs, aqueles q nao abandonam a série e esquecem as coisas boas q ela nos proporcionou.
    Parabens ao trabalho de vcs!!!

    Thomás

  3. ahhhh mew..
    sem noção, seu blog é o melhor..
    passo aqui td dia pra ler suas paradas..

    mto show

    ^^

    BjooOs pra túh guri..
    e continua postando.. é duro ter que esperar a 4º temporada chegar aki…

    =/

    uahhasuahsuahsuau..

    Té a próxima !

  4. Conseguiu superar o primeiro episódio!!! (que eles continuem assim)E acrescentou mais perguntas ainda.Como a Naomi sabia que os sobreviventes poderiam estar na ilha?Oque o Ben fazia fora da ilha?Para que eles querem o Ben?E como o Walt sabe tanta coisa?

  5. Seriam eles membros da “quase” extinta iniciativa Dharma????

    Sei lá… mas tive essa sensação assim que a Charlotte viu o Logotipo da Hydra.

    Sei lá, pode ser viagem, mas que é plausível é… ainda mais indo atrás do Ben, o cara que exterminou eles da ilha e que ativou o dispositivo de “fazer a ilha sumir” heheheheh…

  6. Eu não concordo com a conspiração para derrubar o avião na Ilha, mas com a conspiração para encobrir essa queda. Como? Plantando um avião falso no fundo do mar…

    Prova: o piloto ser outro!

    O piloto no fundo do mar NÃO é Seth Norris, esse estava no avião 815 original. E ele usava sim uma aliança!

    Para mim não há dúvidas dessa conspiração para encobrir a queda real do 815 e proteger a Ilha, só quero ver como isso foi feito…

    Universos paralelos não fazem parte de LOST, pelo menos não em relação ao acidente. Agora, “a luz diferente” sim tem algo importante e já falei sobre isso no meu blog em uma teoria há uns 15 dias…

    Abraço e até mais!!

  7. Um único comentário, olhei o episódio 1 x 01, e o piloto, não tinha aliança em nenhuma das duas mãos, das duas uma, erro dos roteirista ou, e eu acho que é essa, mais um mistério deixado para ser explicado posteriormente.

  8. Oi Davi,

    O segundo episódio manteve o pique da estréia e a série está eletrizante. Ótimo recomeço. Parece que essa temporada será a melhor de todas.

    Finalmente Jack acordou e parou de ser o bocó da história. Aprendeu a ter malícia e não confiar cegamente em qualquer um. Ponto pra ele.

    Locke e Ben descobrindo que o Dude encontrou a cabana do Jacob foi ótimo e agora nos resta saber o que essa tripulação quer com o líder dos Outros.

    Seraá que falta muito tempo pra chegar quinta-feira??????????????????

    Abração

  9. Na minha mais humilde opinião estão confundindo a função de um filler e esse episódio passou longe de ser um. Ninguém nunca leu um livro onde somos introduzidos a uma sub-trama?

    O primeiro episódio da temporada foi um epílogo do último episódio da terceira, foi morno e com o Hurley… Mas foi legal, assim como esse que apresentou outros fatos, novos fatos na verdade, esse sim tinha cara de um primeiro episódio, mas seria estranho demais se tivessemos um flashback de desconhecidos de cara.

    Miles não é um charlatão, não acredito que repetiriam o mesmo plot do vidente da Claire… Outra coisa que torna esse episódio mais legal é que Brian Vaughan retorna muuuito bem, como um ótimo criador de personagens e contador de história (leiam Y – O Último Homem, ou qualquer outro quadrinho dele), se bem que achei esse episódio mais próximo dos pedaços soltos de Planetary “os arqueólogos do impossível”, que é escrito por Warren Ellis.

    Outra coisa, o grupo foi escolhido a dedo, um físico, uma arqueóloga (do impossível? Huahahhaha), um “sensitivo” (qual é, o Walt tinha poderes psiquicos, e, estamos sendo apresentados a um grupo completamente novo, novo mesmo, pra mudar tudo o que conhecemos) e um cara que podia representar uma ameaça pra alguém, o piloto.

    Ahhh, foi bom ouvir a voz da Zoe Bell, a dublê por trás da Noiva de Kill Bill e ela mesma em “A Prova de Morte”, ambos do Tarantino. Muito provável que ela seja a espiã do Ben 🙂

    teremos mais na quinta 😀

    **agora vou escrever minhas impressões no meu blog huahahahh**

  10. sei q vcs vão falar sobre isso (espero) mas n custa lembrar…. sobre o físico ter falado bem no meio do episódio pra kate, jack, miles que o local era bem iluminado(n entendi nada rsrsrs), … axei aquilo entrigante… vcs bem q poderiam dar os pontos de vista sobre

    obrigada pelo bom trabalho os fãs agradecem =)

  11. UAU!!! Esse sim um epidodio digno dos melhores de Lost!!! Incrivel mesmo!!! nao havia gostado muito do primeiro episodio da temporada, mas esse foi de tirar o chapeu!!! Muito boa a introducao dos personagens e muito mais lenha na fogueira!! Pontos altos para mim?
    1. Sawyer is back!! Chamou o Locke de Coronel Kurtz e de Yoda no mesmo episodio, aleluia!!! Estava com saudade…
    2. Locke esta realmente se tornando um lider seguro do que faz e muito mais interessante que Jack alias, mas pra isso nao eh preciso muito…
    3. Ben continua maravilhosamente maquiavelico 🙂 Impressionante como a todo momento vc espera um comentario apimentado por parte dele…
    Gente parabens pelo blog e tb pela materia que saiu no caderno LINK do jornal “O Estado de Sao Paulo” na segunda-feira, dia 04; muito bacana conhecer a historia de vcs!
    NAMASTE!

  12. Esse sim deveria ser o episodio de estréia da 4ª temporada, pois seguiu o padrão dos demais episódios de estréia. Novos elementos, algumas respostas e a visão de um mesmo fato por outros personagens até então desconhecidos por nós. O epi anterior somente serviu para revelar que Hurley é um dos oceanic6.

    De todo o episódio gostaria de destacar alguns fatos que me intrigaram. Primeiramente, reparem que o avião foi encontrado na coordenada 137 do estreito de sunda e pelo mapa apresentado pela apresentadora do telejornal a localização exata do avião está próxima a ilha de bali na Indonésia. Como ficamos sabendo pelo Find 815 o Sunda Trench é uma trincheira oceânica localizada no Oceano Índico fora da ilha de Sumatra. Vários aviões e embarcações já sumiram na região de trincheiras por anos, dando a ela uma reputação misteriosa como o do Triângulo das Bermudas. O Sunda Trench está certamente situado em um dos mais violentos pontos geológicos no mundo: está perto do ponto de colisão de diversas placas tectônicas, há um grande número de vulcões ativos na área e terremotos são freqüentes. Esse, portanto, seria o local mais apropriado para estar localizada a ilha por suas características magnéticas, bem como revela-se condizente com a rota do Oceanic 815 no momento do acidente.

    No entanto, o que mais me intrigou em todo o episódio, e que reforçou no meu entendimento a teoria do espaço-tempo da ilha, foi o momento em que Charlotte (a arqueóloga) localiza a ossada de um urso polar no deserto da Tunísia com um colar da estação hidra. O fato da ossada de um animal estar sendo escavado no deserto revela que se trata de um animal morto há muitos e muitos anos. Como explicar então o colar da Dharma próximo ao Urso??? Lembre-se que a estação hidra realizava experiências zoológicas e a Dharma iniciative começou a funcionar na década de 70. Dessa forma o urso polar encontrado não poderia ser outro senão aquele que o Saweyr matou na 1ª temporada. Vejam que a posição da ossada do urso é a mesma quando foi morto.

    Assim, estou levantando a hipótese da ilha não estar localizada na realidade tempo-espaço atual e sim num passado bem distante. Os cientistas da Dharma encontraram uma forma de viajar no espaço-tempo por meio do estreito de sunda levando-os à ilha do passado, podendo voltar eventualmente para o futuro quando desejarem. O avião ao cair no estreito de sunda, bem como o barco de Desmond, o balão de Galle, viajaram no espaço tempo e estão agora na ilha do passado. A coordenada 137 “dada por um amigo” segundo os operadores do robô que descobre os destroços do avião talvez seja o local exato para a passagem presente-passado. Talvez essa viajem no tempo explique o poder curativo de locke e rose.

    Caso essa hipótese não pareça razoável, a explicação do urso ter aparecido na tunísia com o colar da hidra só poderia ser pelo fato de ter sido o próprio urso objeto de experiências em viagem no tempo. Ou seja, os cientistas da Dharma utilizavam animais para viagem no tempo tendo conseguido enviar um urso polar para o passado.

    Outro fato curioso no “flashback” dos personagens do helicóptero é que fiquei com a clara impressão de se tratar de um “flashfoward”. Não se esqueçam que os roteiristas estão usando esse recurso desde o útimo epi da 3º temporada e que se repetiu no 1º epi da atual. Revejam os diálogos e as situações desses personagens. É nítida a intenção de Charlotte (a arqueóloga) em buscar a confirmação do colar hidra embaixo do urso e a tristeza de Faraday com o noticia do descobrimento dos destroços.

  13. Adoro os comentários de vocês sobre os episódios, muitas vezes cncordo com tudo. Entretanto, dessa vez o único flashback acho que foi o da Naomi, para o restante tive a impressnao de serem flashforwards. Vejam a tristeza do Faraday ao ver as noticias sobre o Oceanic 815 e a alegria da Charlote ao encontrar o colar da Dharma.

  14. David “primo” Garcia

    To amando o blog, não perco uma linha se quer…rs
    Mas a semelhança entre o “neto morto” e o Yumi e o Eko não é meio exagerada?
    Todo japa parece o Jin? rs
    Se rasparmos a cabeça do Waaaaalt ele tbm fica parecido…rs
    Vamos ver… não dá para dizer quase nada ainda… é uma surpresa atras da outra…

  15. Quando Frank diz que Juliet é uma das nativas eu fiquei pensando, será que eles querem o Ben pra descobrir quem é o Jacob? Porque levando em conta a palavra “Nativos” ele certamente dá à entender que ele pensa que ela nasceu na ilha.
    Acho que provavelmente o Helicoptero não vai conseguir sair da ilha.

  16. O ator que interpreta Richard Alpert está fazendo outro seriado, Cane, e não poderá retornar à Lost (a menos que Cane seja cancelada).

    Quanto aos demais “Outros”, nao se esquecam que a maioria morreu na emboscada que prepararam contra os losties.

  17. Farley, a explicacao do urso no deserto nao poderia ser muito mais simples? A Dharma fez experiencias de adaptacao da especie em uma ilha tropical *E* em um deserto? Sem precisar apelar para viagens no tempo para ter uma explicacao?

  18. Caro Rubens,
    Concordaria com você sobre a experiência da Dharma com urso polares no deserto, se não fosse o fato, como disse no meu comentário, de se tratar de uma ossada quase pré-histórica, pelo menos foi essa a impressão que tive… Como a Dharma só começou a funcionar na década de 70 não acredito que aquele urso tenho sido objeto de pesquisa em tão pouco tempo. Abs

  19. Davi, comentando apenas para dizer que com 10 anos de atraso estou vendo Lost e acompanhando os comentários feitos a época. Não deixa de ser uma viagem ao tempo, já que a cada episódio que assisto, faço meu Flashback, refletindo sobre como estava a minha vida naquele tempo. Sobre o final de Lost? Não esquento com isso. Para mim, o importante é saber como a história foi contada. Paz e luz. Rumo ao fim. Abs

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