Daniel Dae Kim na Coréia

Por Gregg Kilday para o Hollywood Reporter
Traduzido e adaptado por Davi Garcia

BUSAN, Coréia do Sul – Para Daniel Dae Kim, o ator americano nascido na Coréia, que faz o durão Jin na série Lost, visitar o Festival Internacional de Cinema de Pusan (FICP) para participar da primeira conferência de atores asiáticos tem sido, quase que literalmente uma volta para casa.

“Eu costumava ficar por essas praias”, disse Kim nesse domingo quando estava no pavilhão do FICP. Embora sua família tenha saído do país quando ele tinha apenas 14 meses e ele tenha sido criado nos EUA, ele retorna regularmente para visitar parentes. “Eu tenho parentes que moram aqui mesmo nessa vizinhança”, disse ele gesticulando. “Tem sido muito bom estar aqui e passar um tempo com eles e ver o quanto a cidade mudou. Eu penso que o festival tem muito a ver com isso. Ele tornou a cidade mais cosmopolita”.

Em sua primeira visita ao FICP no entanto, Kim tem alimentado uma leve apreensão porque é também a primeira vez que ele visita a Coréia desde que Lost o alçou à fama internacional. Inicialmente, ele explicou, alguns coreanos criticaram o personagem por sua postura de machão em relação à esposa Sun, interpretada por Yunjin Kim. “Eles disseram que não era uma representação do típico homem coreano”.

Kim sabia que com tão poucos personagens asiáticos na tv americana – uma situação que Lost ajudou a remediar – havia um fardo sobre seu personagem na expectativa de representar uma grande comunidade. “Dito isso”, continuou Kim, “essa crítica não é mais válida. Os personagens realmente se tornaram tridimensionais e como ator isso é tudo que você pode querer. Eu adoro fazer o Jin”.

Ainda, ele admite, “Eu estava um pouco hesitante em voltar. Eu não tinha certeza se seria bem recebido. Mas estou feliz em ver que os coreanos parecem apreciar (o meu trabalho), e isso tem sido muito importante para mim”.

Certamente, Kim tem investido muito de si no personagem. Embora ele nunca tenha conversado com os criadores da série sobre sua história pessoal, de alguma forma eles conseguiram mesclar um pouco de sua história com a de Jin. “Jin é um pescador do sul, e eu nasci numa vila de pescadores no sul. Se isso é pura coincidência ou eles fizeram uma pesquisa eu não sei”, disse ele.

Lost também deu a ele a chance de reconectar-se com sua língua nativa. Embora o coreano tenha sido sua primeira língua, com a mudança de sua família para os EUA, ele rapidamente precisou aprender inglês e falar coreano era algo que só acontecia em casa.

Na época em que foi escalado para a série, ele disse, “Meu coreano estava enferrujado. Eu classificaria meu coreano informal”. Ele não tinha um vocabulário vasto e também teve que trabalhar com o fato de que seu personagem tinha falas extensas em coreano e ele tinha que eliminar tanto os traços de sotaque americano quanto o de Busan, com o qual havia sido criado.

Agora que ele tem mais conhecimento do coreano, Kim tem recebido ofertas tanto do cinema Americano quanto do coreano. Ele aproveitou seu recente descanso da série em Vancouver (Canadá), filmando um remake de “The Andromeda Strain” de Michael Crichton, produzido por Ridley e Tony Scott. E ele não descarta aceitar projetos futuros na Coréia.

“Eu tenho algumas dúvidas. Coisas como o que eu estou procurando fazer na minha carreira”, disse ele. “Por ter nascido na Coréia e ter sido criado nos EUA, eu tenho que encontrar o papel certo o projeto certo. Mas dito isso, eu ficaria feliz de poder trabalhar na Coréia”.

Depois de dar essa entrevista, Kim foi direto para o aeroporto rumo ao Havaí, onde além de morar e trabalhar, volta a conectar-se aos mistérios da 4ª temporada de Lost.

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