No segmento posterior, quem fala é a co-produtora executiva Jean Higgins respondendo uma curiosidade que sempre tive. Por que Lost tem tantos produtores? Higgins, que está na produção da série desde o episódio piloto, esclarece que cuida da parte logística e de orçamento da série, o que claro a torna também responsável por validar ou não tudo o que pode sair do papel e ganhar vida na telinha, trabalho que ela divide com o também produtor Jack Bynder, responsável pela parte criativa da série. E se vocês, assim como eu pensavam que a vida desse pessoal é só mandar os outros fazerem, Higgins diz que muita ralação faz parte do seu dia de trabalho, que geralmente começa às 6:30 da manhã e vai até 8 e pouca da noite. Outra revelação dela é que geralmente se trabalham com 5 episódios em estágios diferentes ao mesmo tempo. E isso significa cuidar da pós-produção de um ou dois, enquanto se prepara toda a logística de mais 2 e inicia-se a pré-produção de outro, e isso tudo ao mesmo tempo. Molezinha, hein?! Ficar doente não é algo permitido nesse trabalho, segundo ela, que defende inclusive a idéia de que a tensão e o nível de urgência é tão grande que o organismo não tem tempo de enfraquecer, o que acaba acontecendo justamente nas férias, quando a adrenalina está mais baixa. Um belo contrasenso mas que tem até certo sentido, não? Pois é, vida agitada a desses produtores. Mas diz aí, apesar do imenso trabalho, deve ser um prazer trabalhar com tudo o que envolve uma série tão distinta como Lost não é mesmo? Eu adoraria.
Mas e as curiosidades? Bem, Higgins conta que muita criatividade é necessária para transformar as locações do Havaí em cenários que reproduzam as mais diversas partes do mundo, como Coréia, uma rua de Nova Iorque, a tradicional Inglaterra ou mesmo a Austrália. Segundo ela, muito do que vemos é reproduzido com efeitos especiais sobrepostos às famosas telas verdes ou azuis. Mas, em um episódio de Sayid passado no Iraque, por exemplo, Higgins disse que uma área de bunkers remanescentes da 1ª guerra foi usada como cenário e o resultado, se vocês lembram, foi bem satisfatório, remetendo-nos realmente a um deserto iraquiano como aqueles que vemos nos telejornais. Perguntada se a população local já se acostumou a presenciar gravações da série, ela diz que de uma maneira geral sim, mas que vez ou outra alguém ainda se empolga, e nisso ela cita uma ocasião em que fora levar seu filho ao médico e que na sala de espera um outro paciente ficara entusiasmado pelo simples fato do garoto estar usando uma camisa com o logo da produção da série. E das outras curiosidades interessantes de bastidores reveladas pela co-produtora uma delas é a de que são da equipe técnica da série o 1º e o 2º colocados do Pipeline International Surf Festival, que é divertido poder trabalhar com tanta mistura e que por estarem atualmente trabalhando nas gravações de um novo episódio com flashbacks de Jin & Sun, uma situação inusitada ocorreu. Como dois membros da equipe atendiam pelo nome de Bob, havia a necessidade de descobrirem uma forma de diferenciá-los, ao que um deles sugeriu que o chamassem de Bobow pois era assim que ele era chamado em casa. O que aconteceu é que a tradutora de coreano envolvida nas gravações aquele dia, virou-se para ele e perguntou se sua esposa era coreana, ao que ele retrucou negativamente ouvindo dela que bobow em coreano significava ‘estúpido’, ao que claro, todos riram, o que não era para menos.
Por Davi Garcia
engraçadpo, bobow pronuncia ”bobo” em porgues seria uma especie de estupido..