
Traduzido e adaptado por Davi Garcia e Juliana Ramanzini
O destino sempre foi claro. Yunjin Kim (Sun) seria atriz de sucesso, mas o caminho que a levou até lá era algo que ela não poderia prever.
Do set de Lost para o curso de golfe, a rotina da atriz em Honolulu é agora proeminente. Na próxima 6ª feira ela vai dar autógrafos no Centro de Convenções da Honolulu Marathon Expo. E semana passada, Kim conversou com o Honolulu Advertiser sobre o caminho incomum traçado por ela rumo ao estrelato, suas responsabilidades como uma atriz de origem asiática, seu jogo de golfe, e sim, a série de tv que ela faz.
Nascida em Seul, Coréia do Sul, Kim emigrou com sua família para Staten Island, N.Y., quando tinha 8 anos. Seu desejo em se tornar atriz a levou à Escola de Música & Arte e Artes Performáticas de Fiorello H. LaGuardia, e mais tarde à Universidade de Boston, onde ela se formou em artes cênicas.
E fugindo do padrão tradicional que lhe renderia alguns anos em espetáculos Off-Broadway, filmes independentes e diversos testes para filmes e séries de tv, Yunjin Kim alterou o roteiro e voltou para a Coréia, onde se tornou instantaneamente uma sensação em dramas da Tv e grandes filmes locais.
Os anos passaram e, mais tarde, representada pela poderosa agência de atores William Morris, Kim assinou 1 ano de contrato com a ABC e prontamente fez testes para Lost.
Kim não era exatamente o que os produtores tinham em mente para a personagem Kate, papel que acabou indo para Evangeline Lilly. Contudo, Kim deixou uma impressão tão boa que o criador J.J. Abrams e sua equipe resolveram criar uma nova personagem – Sun – especificamente para Yiunjin Kim. O resto já é história.
Aqui vão nossas perguntas e as respostas da atriz:
Qual é o propósito com o Honolulu Marathon Expo? Já não está bastante ocupada?
Estou realmente empolgada com isso. Como atores, nós somos lançados para eventos de tapete vermelho como a premiere da temporada na praia, mas nunca dá para dedicar atenção de qualidade aos fãs. Dessa forma, durante esse evento da 6ª feira, poderei conversar um pouco mais enquanto dou autógrafo e posso perguntrar-lhes seus nomes antes de passar para a próxima pessoa.
Chegou a pensar em fazer uma maratona?
Eu costuma correr todos os dias, mas desde que cheguei aqui, tenho me dedicado mais à natação. Se eu experimentasse correr, iria querer treinar apropriadamente, portanto não penso muito nisso.
Ficamos sabendo que você é uma golfista empolgada também…
Comecei a jogar golfe quando estive fora daqui. Foi uma boa oportunidade porque há muitos cursos bons. Eu não sou realmente boa nisso, embora… Eu ame ficar ao ar livre com amigos, e amo o espírito do jogo.
Até mesmo jogando com Michelle Wie (golfista profissional) ?
Não no curso, mas eu a vi alguns anos atrás quando estava voltando da Coréia. Nós apenas nos vimos. Eu não tinha certeza se era ela até que vi seu pai. Ela é tão alta e tem um físico maravilhoso.
Já vimos um grande personagem de Lost saindo da série nessa temporada (Adewale Akinnouye-Agbaje). Como parte do elenco, ainda é chocante para você quando alguém morre na série?
Nós sabíamos disso a algum tempo, portanto estávamos preparados psicologicamente. Com Cynthia Watros (Libby) e Michelle Rodrigues (Ana Lucia), na última temporada foi mais chocante. Eu estava no set quando Cynthia descobriu. Foi ainda mais dramático quando perdemos nosso primeiro personagem (Boone) e depois a Shannon. Não ter Harold Perrineau e Malcom David Kelley por perto também têm sido difícil, já que eles estavam conosco desde o início. Não é uma sensação agradável, mas o que vamos fazer? É a natureza da série.
O que podemos supor é que não vamos descobrir a identidade do pai do bebê de Sun até o fim da temporada não é?
Os fãs hard core parecem saber mais do que nós mesmos. Eu realmente não sei e estou muito curiosa para descobrir. Adoraria saber de verdade.
Nos conte como a jovem imigrante coreana de Stanten Island decidiu se tornar uma grande atriz de Hollywood.
Eu amava tanto atuar que não me importava o que eu teria que fazer. Quando entrei para a Escola LaGuardia, acordava às 5 da manhã para pegar o ônibus das 6, depois pegar o trem para a cidade e então pegar o metrô. Eu viajava 4 horas por dia, mas nem me importava. Aos 12, 13 anos você quer tanto o que deseja fazer que você simplesmente faz.
Sua grande chance veio quando foi escalada na mini série coreana “Beautiful Vacation”. Como foi voltar para a Coréia e trabalhar como atriz depois de tanto tempo longe?
Foi um choque cultural maior chegar lá do que vir para Nova York. Eu não conhecia a Coréia de verdade. Foi realmente desafiador e fiquei assustada à primeira vista. Na Coréia, bem como em outros países asiáticos, o processo de filmagem é mais acelerado. Eu cheguei a trabalhar 24 horas sem parar algumas vezes. Foi uma experiência incrível e creio ter trabalhado melhor quando estava exausta.
O plano original era ficar apenas algumas semanas para graver a mini-série, mas não foi o que ocorreu, certo?
Tive sorte de trabalhar mais. Da noite para o dia eu me tornei um rosto conhecido. Peguei o papel principal em alguns filmes grandes e tive que aprender a encarar a fama repentina. Depois de “Swiri” (“Shiri” nos EUA), os roteiros começaram a vir de todos os lados. Quando eu estava em Nova York nunca sonhei que poderia trabalhar na Coréia, mas acabei ficando por lá durante 6 anos. Foi o período mais incrível de toda minha vida.
Como foi voltar para os EUA depois de alcançar tanto sucesso na Coréia?
Foi difícil. Significava ter que encarar testes novamente. As pessoas não conheciam meu trabalho. Mas eu queria perseguir esse objetivo. Eu queria voltar e ver se poderia me dar bem.
A ABC foi muito generosa em assinar um acordo comigo. Eu sabia que não me encaixava no papel da Kate porque eles tinham uma imagem específica dela, mas eles queriam ver atores interessantes, então criaram a Sun e o Jin. Foi a mesma coisa com o Jorge Garcia. Eles queriam alguém por volta dos 50 anos, mas acabaram se apaixonando pelo trabalho do Jorge.
Essa é a melhor coisa dos nossos produtores executivos – eles querem atores interessantes e tem o senso de construir personagens etnicamente diferentes. Ter dois atores asiáticos em uma série e fazê-los falar em outra língua em boa parte da série, é algo que nunca foi feito antes.
Eu sinto que estamos inovando na televisão. Lost está abrindo portas para muitas opções diferentes. Agora temos essa série “Heroes” com um ator japonês que fala em japonês. Não são apenas atores caucasianos de 20 e poucos anos.
Como atriz americana e corena, você sente alguma pressão extra para representar essas duas culturas?
Ser americana e coreana é parte de quem sou. Eu me sinto muito responsável pela personagem que faço porque não vemos muito disso. Você tem que ter uma sensibilidade boa porque é uma mídia de massa e há poucas representações desse tipo.
Quando eu estava crescendo, não tinha muitos papéis asiáticos como modelo. Uma razão pela qual quis ser atriz era porque não via ninguém que se parecesse comigo além talvez de Jackie Chan. Eu tinha orgulho dele e amava vê-lo como uma estrela. Eu saí do cinema com a cabeça erguida. Mas não via muitas mulheres como eu.
Como seus fãs na Coréia responderam ao seu sucesso nos EUA?
Eles continuam comigo seguindo cada passo meu. Eu significo muito para eles já que fui capaz de fazer sucesso lá e aqui, especialmente porque fui a primeira. E pelo fato de ter trabalhado lá, eles torcem mais por mim.
Eu não vou mentir. A pressão está aqui. Tudo o que eu diga e faça, eles acompanham e lêem. Mas é por isso que faço o que faço, para dar esperança às pessoas.
Definitivamente… eu amo a Koréia.
Anônimo…Coréia do Sul né?
😛
Òtima entrevista, adoro a Yinjun, ótima atriz e pelo que parece, pessoa também!Mais uma que venceu os óbstaculos de ser atriz estrangeira nos EUA, nem tão estrangeira porque se mudou pra lá aos 8 anos…mas estrangeira!
Quando começou Lost
eu bati o olho nela
e não quis mais saber de nenhuma das outras..
Muito linda!!
Achei q aquela parte q ela fala dos fãs da Coréia lembra nós fãs do Brasil em relação ao Rodrigo Santoro, hehehe